segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resenha - A Garota das Laranjas (Jostein Gaarder)

"Muitas vezes eu tentei me imaginar aí no futuro, mas nunca consegui ter uma
idéia nem mesmo aproximada de você agora, na sua vida atual. A única coisa que sei é
quem você é. Só isso. Não sei sequer com que idade você está lendo isto. Talvez tenha
doze ou catorze anos, e eu, o seu pai, há muito estou fora do tempo.”


Georg Roed tinha apenas 4 anos quando seu pai, Jan Olav, morreu devido a um câncer. Agora, com 15 anos, o garoto descobre uma carta que seu pai lhe escrevera escondida num velho carrinho de bebê. A história que o pai lhe conta é sobre a misteriosa Garota das Laranjas, que ele conhece por acaso nas ruas de Oslo quando tinha 19 anos.
Entretanto, o livro vai muito além de um relato sobre essa história. Por meio desta carta, o pai tenta passar para o filho um ensinamento que não pode ser passado com sua presença, a de que viemos a esse mundo apenas uma vez, nós não passamos de um breve momento aqui.

"O que você escolheria, Georg, se um poder superior lhe desse a possibilidade de escolher? A gente pode imaginar, quem sabe, uma fada cósmica nesta grande e enigmática aventura. Você teria optado por uma vida nesta Terra, breve ou longa, dentro de cem mil ou cem milhões de anos?". [...] "Ou teria se recusado a participar deste jogo por não poder aceitar as regras?".

Com os questionamentos que o pai faz ao garoto durante a narração da história, cria-se uma relação mais próxima entre eles, criando laços de pai e filho até então inimagináveis.
O autor também toca num assunto que está intimamente ligado com o ser humano, a única certeza que temos: a morte. Porém, não o trata de uma forma triste e melancólica, mas sim que quando pensamos em quem já se foi, é como se pudessem viver eternamente dentro de nós mesmos, fazendo com que passemos a dar mais valor a vida, buscando um objetivo para nossas ações, para que possamos ser lembrados quando nos formos, e assim vivermos para sempre.
Ao contar a história da garota das laranjas, o pai consegue mostrar ao filho como é natural a timidez e o constrangimento num encontro entre homem e mulher.

Ás vezes tenho o costume de ler ouvindo música. Durante a leitura deste livro, um pouco mais no final do livro, começou a tocar uma música que eu particularmente achei que combinava bastante com a história, What Sarah Said do Death Cab For Cutie.



Porque não existe conforto numa sala de espera
Apenas passos nervosos esperando por más notícias
E então a enfermeira aparece e todos erguem a cabeça
Mas eu estou pensando sobre o que Sarah disse
Que amar é assistir alguém morrer

Então quem vai te assistir morrer?

Mesmo nos piores momentos, Veronika sempre esteve ao lado de Jan Olav. O livro nos passa que o amor de ambos se manteve inalterado, e a morte do marido só foi superada depois de muito tempo, com a ajuda também do reaparecimento de Jorgen.

Melancólico? Talvez. Mas a morte de pessoas queridas e amadas é infelizmente uma realidade, cabe a nós sabermos o que queremos nutrir disso, se a ausência ou a vivência (eterna ou não) da pessoa.

No livro é citada uma música, Unforgettable, que Natalie Cole canta com seu pai Nat King Cole 30 anos após sua morte.




Confesso que ouvi a música logo após vê-la citada no livro, e terminei de lê-lo ouvindo-a. Com certeza, essa música e a do Death Cab For Cutie me lembrarão sempre dessa história.

6 comentários:

  1. muito boa a resenha, agora fiquei com mais vontadeainda de ler o livro =)

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  2. Lizzy, gostei muito do seu blog. Este teu papel de parede está ótimo... Essa árvore. Quanto ao livro A garota das laranjas, está na minha lista de compras futuras, a sinopse me chama muito a atenção. Em breve eu o terei em mãos e o lerei. Abraço e continue escrevendo e nos atualizando,estou seguindo você.

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  3. Oi Lizz! Não acesso o skoob a muito tempo e só agora vi sua mensagem. Já li o livro. E sua resenha esta ótima, e colocar o detalhe da música aqui então, só motiva ainda mais a leitura. Eu também costumo ler ao som de uma música. E certamente elas marcam as história "vividas" pela leitura. Amei este seu espaço. Voltarei sempre!

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  4. Eu amo este livro, o que mais me marca além da história que é muito boa, é o cara do Toyota branco !
    Muito boa a resenha, parabéns!

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  5. Que ótimo que gostaram!! *-*

    Li esse livro em algumas horas, amei a história!
    É um livro que pretendo comprar também, só pra guardar! ahsuahusas

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  6. Muito boa a sua resenha, estou impressionado...

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