sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Resenha - O Perfume (Patrick Süskind)

“No século XVIII viveu na França um homem que pertenceu a galeria das mais genais e detestáveis figuras daquele século nada pobre em figuras geniais e detestáveis. A sua história é contada aqui. Ele se chamava Jean Baptiste Grenouille e se, ao contrário dos nomes de outros geniais monstros como, digamos, Sade, Saint-Just, fouché, Bonaparte, etc., o seu nome caiu hoje no esquecimento, isto certamente não ocorreu porque Grenouille tenha ficado atrás desses homens das trevas mais famosos em termos de arrogância, desprezo à raça humana, imoralidade, ou seja, em impiedade, mas porque o seu gênio e a sua única ambição se concentravam numa área que não deixa rastros na história: o fugaz reino dos perfumes.”


O primeiro parágrafo do livro já resume muito bem a história em si.
Jean Baptiste Grenouille é um personagem que me desperta grande admiração. Nasceu em meio a vísceras de peixes e tem o nariz mais sensível do mundo.
O livro conta a estranha história desse personagem que, ao sentir, identificar e fragmentar todos os odores ao seu redor, se apercebe de não ter cheiro nenhum. Ele busca incessantemente construir um cheiro para si, uma identidade pelo olfato e para seu olfato, que seja a síntese da vida. Entretanto, a maneira que o jovem encontra de criar e possuir o “perfume perfeito” é através de assassinatos.
Ao publicar esse romance, em 1985, Patrick Süskind conseguiu de forma magistral transmitir sensações e reações através do olfato. Veja o trecho a seguir:

[...] Essa criança sem cheiro cheirava-o todo, desavergonhadamente! Farejava-o! E de repente ele se sentiu fedorento, fedendo a suor e vinagre, a chucrute e roupa suja. Sentiu-se nu e nojento, como que surpreendido por alguém que, por sua vez, nada de si revelava [...]

O leitor consegue “viajar” pela França daquela época através dos cheiros. Consegue imaginar lugares com detalhes, montar os personagens, sentir repulsa ou admiração apenas em imaginar a essência das coisas, é como se pudéssemos literalmente sentir os aromas descritos. O livro exala odores dos mais diversos. Ao lê-lo, entramos completamente no mundo de aromas de Grenouille.

A obra foi traduzida em 42 línguas e, em 2006, foi transposto para o cinema pelo diretor Tom Tykwer (o mesmo de Corra, Lola, corra!). O filme teve no elenco celebridades como Dustin Hoffman e Alan Rickman. O protagonista foi interpretado pelo jovem Ben Whishaw

4 comentários:

  1. Sdoro esse livro, aliás tenho fascínio por serial killers, são sempre brilhantes!

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  2. Olá Liz..

    Adorei a resenha... você escreve muito bem.. resumiu bem a estória (sem spoilers \õ/) e destacou pontos importantes da narrativa..

    Essa é a segunda resenha que leio sobre este livro, e estou bem curioso pra lê-lo.. bom, lendo a sua resenha, fiquei ainda mais! =D

    Conheci seu blog através do skoob.. e gostei! =D O layout tá maneiro, o título é legal (haha) e desejo sucesso viu?! =D.. Já estou te seguindo!

    Abraços!

    Salatiel Júnior,
    @srbojunior,
    http://memybookshelfandi.blogspot.com/

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  3. Que bom... Fico muito feliz em saber que gostou *_*

    E esse livro é um dos meus preferidos, recomendadíssimo!!! rsrsrsrs
    Obrigada mesmo!!! Espero que continuem gostando! hehehe

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  4. Fiquei curiosa quando você disse que esse era um dos seus livros favoritos, junto com "Dorian Gray". Eu já assisti o filme, achei interessante, e parece que o livro é mesmo muito bom. Vou adicionar na minha enorme lista de futuras-leituras! ^^

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